quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Polaridade



O que você vê nesta enigmática figura acima?

Se você olhar para a superficie preta como fundo, e colocar a superficie branco em

primeiro plano o que vê? Certamente um vaso.

Se invertermos a interpretação verá os rostos de perfil.

O interessante é que as imagens estão simultâneamente no quadro mas

somos obrigados a tomar uma decisão no sentido de ver o vaso ou os dois rostos

de perfil.

Podemos vê-los juntos mas há uma sequência, dificílimo percebê-los ao mesmo tempo.

Através desse exemplo óptico vem a compreensão do que é Polaridade.

Os polos dependem um do outro. Se retirar um deles o quadro desaparece.

Assim como a inspiração depende da expiração.

Se notarmos há uma dependência desses opostos complementares, o que se torna

visível que por trás de toda Polaridade há uma Unidade.

Nós não entendemos esta unidade e somos forçados a dividí-los em dois polos

e observá-los um vindo após o outro.

A ilusão do tempo nasce dessa percepção de nossa consciência.

A impressão é que as polaridades parecem opostas, que se excluem mutuamente

mas na verdade elas formam uma unidade. Uma só existe por causa da outra.

Temos muita dificuldade de entender este fenômeno.

Temos a compulsão por dividir, só vemos uma após a outra.

A consciência polarizada é que estabelece a sequência. Uma coisa depois da outra.

Eternidade metafisicamente falando é ausência de tempo. Erroneamente interpretada

como um inteminável continuum de tempo.

Quando você diz Eu, você se separa do resto que percebe como não-Eu. É o Tu.

Somos agora prisioneiros da Polaridade.

Esse Eu vai vivenciar o mundo das oposições tais como: Dentro e fora,

mulher e homem, bom e mau, certo e errado e por aí vai.

O ego não consegue perceber ou imaginar uma totalidade/unidade.

Assim, classificamos tudo em pares opostos e quando somos forçados a vê-los

consideramos conflitantes.

Estabelecemos diferenças e com isso somos forçados a decidir e tomar uma posição.

Precisamos escolher.

Dizer sim a um e não ao outro. Opostos se excluem, não é? É o que nossa

consciência vivencia.

Excluímos e assim estamos na não-totalidade.

A nossa consciência é que é polarizada e não o mundo em que vivemos.

A alternância dos polos em nossa repiração criam o ritmo.

E o rítmo é o padrão da vida.

Como é importante entendermos a questão da Polaridade.

Mas o que é essa lei da Polaridade?

A consciência humana divide em partes opostas uma unidade.

E nos impede de ver esses mesmos opostos em uma unidade.

Dela criamos o fenômeno do Tempo, do ritmo e do espaço

Os caminhos de cura é sair da polaridade em direção à Unidade.

O estado de consciência Cósmica é atingido quando transcendemos a polaridade.

Permitindo que os elementos se fundam em uma unidade, destruindo o Eu que vive da

cisão.

A iluminação espiritual é atingida quando os dois lados de nosso cérebro une as

as partes opostas.

A nossa mente polarizada nos obriga a tomar dicisões , a fazer escolhas ou nos

tornamos ápaticos ( o que não escolhe).

Desta questão da polaridade podemos refletir sobre várias questões tais como:

O que é certo? O que é errado? O que é bom? O que é mau?

Para nossa consciência polarizada, a única forma de sair de dilemas como este é

o desenvolvimento da percepção intuitiva.

É intrigante mas a inspiração vive da expiração, o bem vive do mal,

a paz vive da guerra, a saude vive da doença.

Não conseguimos ver isto e queremos unicamente um polo. Se cada parte contêm o

todo, combater qualquer um dos polos é combate o Todo.

O interessante é que enquanto tentarmos excluir algo de nossa consciência, não

vivenciaremos a integridade e com ela a saúde.

É importante compreender a mútua dependência dos polos. Não podemos excluir a

a existência de nenhuma das partes opostas.

Para ter saúde pensamos em exterminar a doença, queremos paz e detestamos a guerra e

assim por diante.

Mas não percebemos que cresce na mesma proporção aquilo que negamos no polo oposto.

Precisamos aprender a ver simultaneamente os polos. Precisamos nos movimentar entre

os dois aspectos para que conquistemos uma visão mais intuitiva, e com ela uma vida

harmônica!


Se todos na Terra reconhecerem a beleza como bela,
desta forma já se pressupôe a feiúra.
Se todos na Terra reconhecem o bem como o bem,
Deste modo já se pressupoe o mal.
Porque ser e não-ser geram-se mutuamente.
O fácil e o difícil se complementam.
O longo e o curto se definem um ao outro.
O alto e o baixo vivem um com o outro.
A voz e o som casam-se um com o outro.
O antes e o depois se seguem mutuamente.

Assim também o sábio:
permanece na ação sem agir,
Ensina sem nada dizer.
A todos os seres que o procuram
ele não se nega.
Ele cria , e ainda assim nada tem.
Age e não guarda coisa alguma.
Realizando a obra.
Não se apega a ela.
E, justamente por não se apegar,
não é abandonado.

Lao - Tsé. Segundo verso do Tao te king

2 comentários:

  1. Metafísica para uma nova era. Estamos radiando novas frequencias, transformadoras rumo a conciênciua da eternidade e d unidade.
    Parabéns , pela coiragem!

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  2. Adoro a Lei do Tao "Agir pelo Não Agir", muito embora não consiga praticar direito... rs... #aIMPULSIVA
    Mas a de que "O Tudo é Nada e o Nada é Tudo", de vez em qd consigo sentir na prática.

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